OMS é contra a vacinação em crianças?

 OMS é contra a vacinação em crianças?

A medium shot of a Caucasian, young girl receiving her Covid-19 vaccination from a nurse. They are both wearing a protective face mask.

Por Edison Mineiro

Circula nas redes sociais um vídeo de uma conversa informal do presidente Jair Bolsonaro e o diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom, acompanhado dos ministros Marcelo Queiroga (Saúde) e Carlos França (Relações Exteriores). Na publicação, ele afirma que a OMS não recomenda a vacinação contra a Covid-19 para crianças. O registro editado foi veiculado no dia 31 de outubro, durante os encontros da cúpula do G-20 em Roma, na Itália, e compartilhado pelo mandatário brasileiro em seus perfis nas redes sociais.

A fala de Tedros Adhanom é descontextualizada, no próprio vídeo Bolsonaro aproveita para dizer que a OMS é contra a vacinação em crianças. Portanto, o material em verificação tem conteúdo enganoso o que gera a desinformação.

De acordo com o Yahoo Notícias, até o final de outubro o órgão não havia aprovado o uso do imunizante para menores de 12 anos. Por isso, que diretor-geral da organização destacou que as recomendações gerais de imunização para esse público só poderão ser feitas quando houver mais “segurança dos dados”.

Contudo, também naquela mesma época, a organização ressalta a autonomia dos governos para a decisão: “até o momento, a OMS ainda não aprovou nenhuma vacina para crianças menores de 12 anos, no entanto, os países são autônomos na definição e decisão de sua estratégia de vacinação com base nas recomendações de sua agência sanitária reguladora”.

Posição atual da OMS – No dia 21 de janeiro de 2022, a OMS realizou a atualização do “Roteiro do SAGE OMS para a priorização do uso de vacinas contra a COVID-19” e das “Recomendações provisórias para uso da vacina Pfizer–BioNTech COVID-19, BNT162b2, na Lista de Uso de Emergência”.

As novas publicações refletem as mais recentes e robustas evidências científicas disponíveis, incluindo sobre temas como vacinação em crianças e adolescentes e priorização de doses adicionais e de reforço em relação às taxas de cobertura vacinal.

As orientações provisórias para uso da vacina Pfizer–BioNTech contra COVID-19  apontam que é eficaz e segura a vacinação de crianças a partir de cinco anos com uma dose reduzida da vacina – 10 microgramas em vez de 30 microgramas – em comparação com aquela aplicada em pessoas com 12 anos ou mais.

Roteiro SAGE OMS recomenda que crianças de 5 a 11 anos saudáveis (sem comorbidades) sejam o quarto e último grupo da lista de prioridades e que não há até o momento evidências para recomendação da dose de reforço para esse grupo – sendo necessária apenas a série primária de vacinação (duas doses da Pfizer–BioNTech). 

A primeira população a ser priorizada deve ser formada por pessoas idosas, profissionais de saúde e pessoas imunocomprometidas. Em segundo, adultos com comorbidades, gestantes, professores e outros trabalhadores essenciais e subpopulações sociodemográficas desfavorecidas com maior risco de quadros graves de COVID-19. Em terceiro, demais adultos e crianças e adolescentes com comorbidades.

Equipe NUJOC

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