Pesquisadores da USP estudam medicamentos com potencial para combater o novo Coronavírus?

 Pesquisadores da USP estudam medicamentos com potencial para combater o novo Coronavírus?

Recebemos através do aplicativo Eu Fiscalizo da Fiocruz (Disponível para Android e IOS), um post de uma página do Instagram informando que Pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) descobriram sete medicamentos com potencial de inativar a replicação do novo coronavírus (SARS-CoV-2), causador da Covid-19. A postagem afirma que Universidade de São Paulo (USP) selecionou 7 medicamentos com potencial para combater o CoronaVírus.

A informação procede, mas alguns pontos devem ser esclarecidos. O resultado é fruto de uma análise computacional com 11 mil produtos, dessa análise a USP conseguiu selecionar 7 medicamentos com potencial para combater o coronavírus. Porém antes de serem receitados, eles ainda precisam ter sua eficácia contra a doença comprovada em ensaios de laboratório e testes clínicos em humanos.

Em entrevista para CNN, Cristiane Guzzo, professora do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da USP e coordenadora do estudo, diz que os sete fármacos já são aprovados pela Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos, o que pode facilitar o avanço da pesquisa para testes clínicos (em células humanas), caso a eficácia contra o novo coronavírus seja comprovada em testes laboratoriais.

A especialista em biologia estrutural afirma que nenhum dos fármacos havia sido testado contra a Covid-19 até então, o que pode ser um incentivo para outros pesquisadores. “A estratégia de usar estes fármacos é porque já são moléculas aprovadas e utilizadas no mercado, e isso facilita para conseguir a utilização imediata, já que todo o processo de validação, de toxicidade e efeitos colaterais está estabelecido”, disse a coordenadora do estudo.

Alguns comentários da postagem ironizavam o estudo. Os usuários defendiam o uso do “tratamento precoce” com a Cloroquina e o Hidroxicloroquina. Entretanto, o estudo tem embasamento e eficácia cientifica comprovada. “São fármacos promissores, porque temos dados que sugerem que terão uma eficácia, mas precisamos provar experimentalmente, e mesmo assim isso não significa que vai funcionar em humanos. Não há como prescrever nenhum medicamento”, ressalta a pesquisadora.

No mês de maio de 2020, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) publicou uma nota alertando sobre os riscos do uso da Cloroquina e Hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19. Vale ressaltar que a OMS e a ANVISA também não recomendam o uso de tratamento precoce no combate à Covid-19.

Equipe NUJOC

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