O uso de máscaras pode evitar uma segunda onda da Covid – 19

 O uso de máscaras pode evitar uma segunda onda da Covid – 19

New official Coronavirus name adopted by World Health Organisation is COVID-19. Inscription COVID-19 on blue background

Estudo publicado em 10 de junho pela The Royal Society Publishing  da Inglaterra e disponível no link https://royalsocietypublishing.org/doi/10.1098/rspa.2020.0376 concluiu que o uso de máscaras aliado à conduta pública de distanciamento social e lock-down podem diminuir o índice de contaminação pelo novo coronavírus.

Considerando que hoje (23) temos mais de 9 milhões de contaminados e quase meio milhão de mortes em todo o mundo, existe uma grande preocupação da Organização Mundial de Saúde e de todos os que trabalham no combate ao coronavírus com a redução da curva de contaminação nos países das Américas e África, como também, com a possibilidade de uma nova onda da COVID 19 nos países que já passaram pelo pior como China, Itália, Alemanha e Espanha, dentre outros.

O estudo denominado A modelling framework to assesss the likely effectiveness of facemasks in combination with ‘lock-down’ in managing the Covid-19 pandemic concluiu que o lock-down e o distanciamento social precisam estar combinados com o uso massivo de mascaras para tentar impedir a rápida propagação da doença.

Segundo os pesquisadores, a COVID-19 é caracterizada por um período pré-sintomático infeccioso, quando indivíduos recém-infectados podem infectar inconscientemente outros. Nesse contexto, o estudo focou nos benefícios possíveis que as máscaras faciais poderiam oferecer como intervenção não farmacêutica, especialmente em ambientes onde intervenções de alta tecnologia, como rastreamento de contatos usando aplicativos móveis ou detecção rápida de casos por meio de testes moleculares, não são sustentáveis.

O artigo relata os resultados de dois modelos matemáticos e demonstra que o uso de máscaras faciais pelo público poderia dar uma grande contribuição para reduzir o impacto da pandemia de COVID-19.

A intenção foi fornecer uma estrutura de modelagem simples para examinar a dinâmica das epidemias de COVID-19 quando máscaras faciais são usadas pelo público, com ou sem períodos de “bloqueio” impostos. Os  resultados foram ilustrados para vários valores plausíveis para faixas de parâmetros que descrevem processos epidemiológicos e propriedades mecanicistas de máscaras faciais, na ausência de medidas atuais para esses valores.

Procurou-se mostrar que, quando as máscaras faciais são usadas pelo público o tempo todo (não apenas quando os sintomas aparecem pela primeira vez), o número de reprodução efetivo, Re, pode ser diminuído abaixo de 1, levando à mitigação da propagação de epidemias.

Sob certas condições, quando períodos de bloqueio são implementados em combinação com o uso de 100% da máscara, há muito menos propagação de doenças, ondas secundárias e terciárias são achatadas e a epidemia é controlada. O efeito ocorre mesmo quando se assume que as máscaras faciais são apenas 50% eficazes na captura do inóculo do vírus exalado com uma eficiência igual ou menor na inalação.

No início da pandemia, o uso de máscaras faciais pelo público foi sugerido como ineficaz, pois os usuários podem tocar seus rostos com mais frequência, aumentando assim a probabilidade de contrair COVID-19.

Para garantir a integridade, nossos modelos mostram que a adoção da máscara facial oferece benefícios em nível de população, mesmo em circunstâncias em que os usuários são colocados em risco aumentado.

Foram examinados os efeitos de diferentes taxas de adoção de máscaras faciais sem períodos de bloqueio e mostrou-se que, mesmo em níveis mais baixos de adoção, os benefícios são agregados aos usuários de máscaras faciais.

Essas análises podem explicar porque alguns países, onde a adoção do uso de máscara facial pelo público é de cerca de 100%, tiveram taxas significativamente mais baixas de disseminação de COVID-19 e mortes associadas.

Nesse sentido, a pesquisa com os modelos matemáticos concluiu que o uso da máscara facial pelo público, quando usado em combinação com distanciamento físico ou períodos de bloqueio, pode fornecer uma maneira aceitável de gerenciar a atividade econômica da pandemia e reabertura da COVID-19.

Esses resultados são relevantes para o mundo desenvolvido e o mundo em desenvolvimento, onde um grande número de pessoas tem poucos recursos, mas a fabricação de máscaras faciais eficazes e caseiras é possível.

Para conhecer a publicação científica The Royal Society acesse https://royalsociety.org/.

Confira o fator impacto da revista https://royalsociety.org/journals/publishing-metrics/

Equipe NUJOC

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