Secretário de Saúde do Ceará de fato afirmou que “o mundo errou” ao recomendar que pacientes esperassem ter falta de ar para ir ao hospital
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“O mundo errou” ao recomendar que pacientes esperassem ter falta de ar para buscar o hospital em caso de Covid-19. A fala, atribuída ao Secretário de Saúde do Ceará, foi replicada nas redes sociais, por diversos perfis, a exemplo do próprio presidente da República, Jair Bolsonaro, por Carlos Bolsonaro, vereador do Rio de Janeiro e filho do presidente, e pelo perfil Terra Brasil Notícias. O vereador Carlos Bolsonaro inclusive repercutiu um vídeo publicado pelo cearense Marcelo Mendes no Instagram (veja vídeo abaixo). O material foi enviado por usuários do aplicativo Eu Fiscalizo, parceiro do Nujoc Checagem para a verificação de publicações nas redes sociais.
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O secretário de Saúde do Ceará, Carlos Roberto Martins, o Dr. Cabeto, de fato fez críticas à forma como as orientações foram dadas por órgãos internacionais e a comunicação foi conduzida junto à população.
“Eu acho que o mundo inteiro pautou uma coisa chamada ‘não vá ao hospital, espere ter falta de ar’, e a gente viu no decorrer da evolução, acho que o mundo errou, o CDC errou, a Organização Mundial de Saúde errou. É preciso que se diga claramente. A gente viu que quando esse doente chega mais precoce, você melhora a qualidade da estratificação de risco, você melhora a qualidade de tratamento. Eu acho que essa forma de comunicar poderia ter sido melhor”, afirmou o Dr. Cabeto em entrevista coletiva no dia 14 de setembro.
Veja o vídeo com a fala do Dr. Cabeto neste link.
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Espera para buscar o serviço médico pode ser prejudicial, dizem especialistas
Segundo a pneumologista Elnara Negri, em entrevista ao podcast Bem Estar (G1) em episódio publicado no dia 6 de maio de 2020, esperar pela falta de ar para ir ao médico pode trazer mais riscos. A profissional de saúde explica que, mesmo que o paciente não sinta falta de ar, outros sintomas como febre persistente e dor no corpo forte entre o 7º e o 11º dia da doença acendem o sinal de alerta para que a pessoa procure o serviço médico. Ao chegar no hospital, é preciso investigar a oxigenação sanguínea.
Em 9 de julho, o Ministério da Saúde também revisou o protocolo que orienta a busca por um atendimento médico. Anteriormente, a estratégia adotada pelo órgão orientava que apenas os pacientes com sintomas graves buscassem um hospital. Na ausência de sintomas como falta de ar, a indicação era para permanecer em casa. Com a mudança de protocolo, o Ministério da Saúde passou a recomendar que mesmo os pacientes com sintomas leves procurassem ajuda médica, conforme mostra essa reportagem do G1.
Na ocasião, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, afirmou que “nós aprendemos, ao longo da pandemia, que ao aguardar em casa os pacientes chegam aos hospitais em quadros clínicos mais agravados… O tratamento precoce tem uma resposta mais assertiva, evitando a piora do paciente e diminuindo a necessidade do uso de respiradores”.