Sociedade Brasileira de Infectologia e Anvisa reforçam que não há tratamento precoce para covid-19

 Sociedade Brasileira de Infectologia e Anvisa reforçam que não há tratamento precoce para covid-19

Nujoc Checagem teve acesso, por meio do Aplicativo Eu Fiscalizo, a um vídeo que tem circulado em grupos de WhatsApp, cuja mensagem é de defesa de um tratamento precoce para a covid-19 (coronavírus).

O material é uma espécie de videoclipe, onde algumas pessoas aparecem cantando em defesa do tratamento precoce. Dentre essas pessoas está a deputada federal Bia Kicis (PSL-DF), apoiadora do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).

A letra da música fala sobre a necessidade de um “levante” da população, diante do contexto da pandemia. “Não seremos cativos, privados do sorriso” é um trecho que faz clara referência ao isolamento social e ao uso de máscaras, medidas recomendadas em todo o mundo para conter a disseminação do vírus.

No refrão, em tom patriótico o grupo canta: “Pátria amada, somos o Brasil, o Lockdown não ajudou, nem nos ajudará, tratar precocemente é o que nós devemos fazer”.

A informação de que um tratamento precoce seria eficaz, no entanto, é falsa.

Desde o início da pandemia no Brasil, um grupo liderado pelo presidente Bolsonaro mantém uma campanha sistemática em defesa de um tratamento precoce. O principal medicamento que, segundo essas pessoas apresenta eficácia, é a Hidroxicloroquina/Cloroquina.

Essa defesa, porém, é infundada e sem qualquer embasamento científico. Prova disso são os inúmeros posicionamentos de importantes órgãos de referência em saúde, que seguem reiterando a não recomendação do uso de qualquer medicamento como tratamento precoce.

O parecer mais recente foi o da Sociedade Brasileira de Infectologia em conjunto com a Associação Médica Brasileira, publicado no dia 19 de janeiro.

“Até o momento não há comprovação científica a respeito de tratamento precoce para COVID-19. Baseado nisso, a Associação Médica Brasileira e a Sociedade Brasileira de Infectologia publicaram um informativo não recomendando esse tipo de tratamento, já que existem iniciativas que ainda orientam isso e não há resultados clínicos bem-sucedidos em quem se submete a esses tratamentos”, diz a nota.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), durante reunião no dia 17 de janeiro na qual autorizou o uso emergencial da vacina Coronavac, reforçou que até o momento não há tratamento precoce com eficácia comprovada cientificamente.

Diante disso, podemos concluir que esse vídeo que tem sido compartilhado exaltando o tratamento precoce para a covid-19 é apenas mais um conteúdo falso que tem servido para confundir e, nesse caso, colocar em risco a saúde da população brasileira.

Equipe NUJOC

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